OS ANTECEDENTES
Em 1580,
quando a nação passou para o domínio espanhol, não tinha um milhão, ao passo
que nas ilhas e no Brasil a população ia aumentando, em virtude da volta da agricultura
iniciada como desengano do comercio oriental e do ouro, com o estabelecimento
dos recrutas, que obrigava aos casamentos, e, por paradoxal que pareça, com a
navegação e a emigração para o Brasil que, bem longe de ter causado a Portugal
perdas notáveis, como se pensava na ocasião, estava sustentando as mais úteis correspondências da nação por meio de
uma preciosa agricultura.
As
circunstâncias econômicas e demográficas, o surto de mercantilismo ultramarino,
a orientação política rei, menos inclinado a expansão da Fé e da cultura cristã
do que à conquista de entrepostos comerciais no exterior, explicam incógnita
dos primeiros trinta anos do Brasil português. Com a falta de visão de D.
Manoel, foi pressentido a próxima perda do comércio oriental juntamente com as
desilusões com o ouro africano. Então procurou-se desenvolver na Terra e\vera
Cruz um outro baluarte da economia lusitana.
ANTIGOS
HABITANTES
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Antigos Habitantes
|
O sítio
futuro da Cidade de Salvador foi dos que primeiro se descobriram e fixaram na
Costa do Brasil, conquanto a data e autoria desse feito ainda prolongam
discussões iniciadas no último quartel do século passado. Parece não haver
dúvida na suposição feita por Teodora Sampaio, de que a primeira visita de
europeus às águas da baía de Todos os Santos tivesse ocorrido cerca de 5 de
maio de 1500, cabendo a glória à nau de mantimentos que Pedro Álvares Cabral
fez retornar ao reino com a nova do achamento de Vera Cruz. Muito antes da chegada do vianês as cartas
geográficas desenhadas por inspiração portuguesa em Portugal, na Itália, na
Alemanha, já consignavam a Bahia de Todos os Santos, porém o se tem de mais
positivo é que Américo Vespúcio em sua carta a Pedro Soderini, sobre a
descoberta da baía em sua primeira viagem ao Brasil, exatamente no dia de Todos
os Santos, - 1 de novembro de 1501.
Habitavam
primitivamente a região em que se veio a fundar a nossa cidade os indígenas
tapuias, os célebres índios de língua travada. Pertenciam ao grande grupo
linguístico e cultural dos chamados gês ou botocudos, expulsos pelos primeiros
tupis, os tupinaés que por suaves foram expulsos pelos tupinambás. Estes foram
os índios amoipiras, que os portugueses encontraram aqui.
COMEÇA A
MESTIÇAGEM
Mesmo
conhecida de 1501, a baía de todos os santos só mais foi ocupada e povoada
pelos portugueses. Sabe-se que aqui estacionou um feitor e que, de passagem
para outros portos as naus o contratador aqui o tomavam para conferência do
carregamento em outro lugar. Este teria sido o primeiro habitante luso de algum
ponto, provavelmente numa das ilhas do rio Paraguaçu, do golfão em cuja entrada
se edificaria a cidade do Salvador. Esses clandestinos exploradores da madeira de
tinturaria inçaram a terra de filhos mamelucos, “louros, alvos e sardos”, mas
que, apesar dos seus traços europóides, nasciam, viviam e morriam como gentios
tupinambás. Pero Lopes de Souza 1531, elogiava a alvura e a beleza de índias baianas
que possivelmente eram descendentes de franceses, e Gabriel Soares, cinquenta
anos adiante, ainda assinalava a existência de uma segunda geração desses
mamelucos, com traços que mostravam a descendência de avôs franceses, alvos e
louros. Em meio desses mestiços deveriam existir também filhos de portugueses,
feitores do contrato e marinheiros.
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